Nós: Bolha daquilo tudo que não dizemos.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014




Acho que minha maior sacada foi quando me toquei de que não preciso de ninguém pra ser quem sou ou quem quero ser. Não preciso esperar nada de ninguém sendo que sozinha posso fazer com que se torne realidade. Quando percebi que a minha felicidade é mais importante do que tudo e que só eu consigo manejar isso, que não é assim tão necessária a aprovação de alguém. Que meu bem estar não depende de nada além de mim mesma e da minha vontade da vida.

Meus conselhos -na maior parte das vezes- são retirados da minha concepção sobre as coisas. E nem venha me dizer "Mas ah, que concepção? Você só tem 17 anos.". Eu sei disso, e por isso acho tudo tão interessante! Não aconselho baseado em acontecimentos da minha vida, e sim baseado em minha percepção dos acontecimentos da vida em geral, de filmes, de músicas e daquele livro gostoso que devorei em menos de uma semana. Álvares de Azevedo, em sua gigantesca contribuição para a literatura brasileira, falou frequentemente sobre sexo, amor e puras virgens, sendo que na verdade nunca vivenciou nada disso, tendo morrido virgem. Sendo assim, me baseio em tudo o que vejo, e não é minha idade ou minha falta de vivência que irá traduzir se penso ou não de forma coesa.

Portanto, o que mais tento passar pra todas as minhas amigas (e amigos também) é o que eu sinto sobre tudo aquilo que nem sempre sei ou vivi. É preciso se entregar mais, se apaixonar mais por tudo e assumir isso, mesmo que todos digam pra que não demonstre, acho que devemos! Muita gente diz que devemos ser mais fechados, não devemos demonstrar tanto de cara pra quem mal conhecemos que é pra "adquirir confiança, pra que te valorizem", não consigo me conformar com isso. Quero sim ser valorizada, mas isso não significa que tenho que me prender na bolha de meus próprios pensamentos.


É necessário mais estouros, mais transbordamentos. Mais forte do que conseguir manter silêncio quando se quer falar é falar quando se deseja ouvir de volta. Então se tem vontade da reciprocidade, diga! Ninguém é obrigado a entender tudo o que você pensa se você não demonstra ou não diz o que pretende. Qual a graça de viver tudo e não passar vergonha, não parecer um idiota algumas vezes? Sempre dou uns surtos e digo (mais do que devo) tudo o que quero, mas digo! E passo por idiota, por inocente, por bobinha, mas digo! E sou escutada. Me declaro, crio dr até com amigo, mas soluciono qualquer que seja o problema no momento em que ele surge. Falo, escrevo, ligo, grito, bato, choro horrores, mas não omito o que sinto.

Existe uma briga muito grande entre o orgulho e o medo de levar na cara. Aposto que muitas vezes te da vontade de abrir o jogo pra quem quer que seja e falar tudo o que deseja, mas não manda, não diz, não demonstra. Dois motivos: Te dizem que não deve ser um livro tão aberto. Você tem medo de não ser compreendida, de não adiantar. A questão é exatamente essa! Se não adiantar de nada, ao menos você disse. Existe coisa pior do que se arrepender do que não fez?

Deixe as coisas fluírem, ninguém é forte o suficiente pra se manter pequenino quando se pode ser gigantesco. Ninguém deve ser burro a ponto de se diminuir por medo do que pode vir a acontecer, ou a não acontecer. Te garanto uma coisa: Pior não fica. Sai desse comodismo incômodo. Tenho plena certeza que o momento em que mais brilhamos é quando somos nós mesmos, quando damos aqueles surtos e falamos tudo o que queremos. E se não estiverem dispostos  a te ouvir, então provavelmente você precisa de uma platéia melhor.

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